2010-07-14

* A ORGULHOSA

.

 

Trasíbulo Ferraz Moreira

Num Baile.
Ainda há pouco pedi-te,
Pedi-te para valsar...
Disseste - és pobre, és plebeu;
Não me quiseste aceitar!
No entretanto ignoras
Que aquele a quem tanto adoras,
Que te conquista e seduz,
Embora seja da "nata",
É plena figura chata,
É fósforo que não dá luz!
Deixa-te disso, criança,
Deixa de orgulho, sossega,
Olha que o mundo é um oceano
Por onde o acaso navega.
Hoje, ostentas nas salas
As tuas pomposas galas,
Os teus brasões de rainha;
Amanhã, talvez, quem sabe?
Esse teu orgulho se acabe,
Seja-te a sorte mesquinha.
Deixa-te disso, olha bem!
A sorte dá, nega e tira;
Sangue azul, avós fidalgos,
Já neste século é mentira.
Todos nós somos iguais;
Os grandes, os imortais;
Foram plebeus como eu sou.
Ouve mais esta lição:
Grande foi Napoleão,
Grande foi Victor Hugo.
Que serve nobre família,
Linhagem pura de avós?
Se o sangue dos reis é o mesmo,
O mesmo que corre em nós!
O que é belo e sempre novo
É ver-se um filho do povo
Saber lutar e subir,
De braços dados com a glória,
Para o Pantheon da História,
Para conquista do porvir.
De nada vale o que tens
Que não me podes comprar;
Ainda que possuísses
Todas as pérolas do mar!
És fidalga? - Sou poeta!
Tens dinheiro? - Eu a completa
Riqueza no coração;
Não troco uma estrofe minha
Por um colar de rainha
Nem por troféus de latão.
Agora sim, já é tempo
De te dizer quem sou eu,
Um moço de vinte anos
Que se orgulha em ser plebeu,
Um lutador que não cansa,
Que ainda tem esperança
De ser mais do que hoje é,
Lutando pelo direito,
Para esmagar o preconceito
Da fidalguia sem fé!
Por isso quando me falas,
Com esse desdém e altivez,
Rio-me tanto de ti,
Chego a chorar muita vez.
Chorar sim, porque calculo,
Nada pode haver mais nulo,
Mais degradante e sem sal
Do que uma mulher presumida,
Tola, vaidosa, atrevida.
Soberba, inculta e banal.
 
 
 
 
 
 
 
* Poema referência na Crônica NUM BAILE, de Welington Almeida Pinto, novembro de 2007.
 
** Apesar de muita gente dar autoria a esses versos a Castro Alves
(1847-1871), são do poeta e jornalista baiano Trasíbulo Ferraz Moreira,
nascido em Lenções, na Chapada Diamantina, em 28 de janeiro do 1870. Ele
frequentou as faculdades de Direito do Recife e da Bahia, até o quarto ano.
Antes de concluir o curso, morreu por moléstia pulmonar. Foi redator-chefe
da "Gazeta de Notícias" de Salvador, onde também publicou poesia, contos e
crônicas. Autor do livro de contos "Poliformes" , publicado em 1896.
 



    

BAHIAR. VAI, MENINA VAI...

*
Welington Almeida Pinto

 
Fonte: Internet





Vai, menina, vai.

Mergulhe nesse mar salgado da Bahia
Balançando... uma após outra, ondas serenas.
Estenda na areia quente das praias seu corpo suave,
Deixe que a febre do sol, indefinidamente,
Aqueça e doure.


Vai, menina, vai.
Pracear ao som de toadas de outras terras,
Tão longe, afastadas de mim. E, assim como eu,
Imerso no luar das noites de azul infinito
Curta a melodia no esplendor de uma
Primavera há pouco iniciada.


Minha flor, “demore” não!
Distante não dou paz aos sonhos
Nem às ideais que, em meio, me encontro.
O sedutor perfume de sua fina pele rosada, ainda
Plaina à janela de minha alma e viajo nesse encontro
Desencontrado que o
Amor traz..., o amor leva...

 
Ó meiga menina,
As fadas chegam da orla com mais alegria e desejo
De mulher que deseja amada ser.

 
Bem sei. E almejo.

* FBN© 2009/jan * Bahiar. Vai, Menina, Vai... - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto. Ilust.: Foto Internet - Link: http://versoslivres.blogspot.com.br/2010/07/bahiar-vai-menina-vai.html

* NESTA PRAÇA CHEIA DE SOL

*


 
Welington Almeida Pinto

 
 
Ó, Camões!

Sentado no banco
desta praça que não é de Marília, que não é tua nem minha,
penso feliz na vida, penso nela. Penso na criatura que a
natureza caprichou no seu mais perfeito
equilíbrio.

 
Amor é fogo que arde sem se ver. É contentamento descontente. É ferida que dói e não se sente. É dor que desatina sem doer. Nem tanto, poeta. Ainda que o receio seja a entrega, fé cega Afrodite permite aos bardos que o amor seja infinito enquanto exista.


Ó, Camões!
Deus lá sabe, o quanto sonho... a ideia voa.


Dá-me lírios. Margaridas, jasmins e rosas; aroma de flores que o
bálsamo possa me consumir nas lembranças
nesta praça cheia de sol.


Há tempo não sinto dela o sorriso com que me amava!...


* FBN© - 2007 - Nesta Praça Cheia De Sol - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto - Ilust.: PhotoInternet - Link: http://versoslivres.blogspot.com.br/2010/07/nesta-praca-cheia-de-sol.html




* O MUNDO DA MINHA CASA

*
Welington Almeida Pinto

 
photoInternet


O MUNDO DA MINHA CASA

 

Da minha casa
eu vejo o mundo, imenso e grande,
maior do que tudo que vejo no
espaço.

Na minha casa
existe outro universo, onde nada é pequeno,
tudo brilha
entre a fantasia e o sentimento.

Lá canta um pássaro de canto sensível,
alegre e doce, repicado. Chapinha.
Amarelo no peito. Vermelho no topete.

Tom verde esmaecido nas asas.

Lá estou a ser eu,
na dimensão de cada verso,
em cada vida de mim
existente,
do tamanho de cada instante
e não do tamanho do meu
corpo.

• FBN© 1977 *O Mundo da Minha Casa - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto - Ilust.: photoInternet - Link: http://versoslivres.blogspot.com.br/2010/07/o-mundo-da-minha-casa_14.html
 





Versão em Francês:

Le Monde de ma Maison
Welington Almeida Pinto


 
 Irene, janelas de minha casa. YouTube - Músca: Zorba, o grego.




Ma maison
Je vois le monde, immense et grand,
plus que tout, je vois dans le
espace.

Dans ma maison
Il y a un autre univers, où rien n'est petit, tout ce qui brille
entre le fantasme et le sentiment.

Il chante un oiseau chanter, sensible
heureux et doux, un coup d'oeil à plumes. Fer à friser.
Jaune sur la poitrine. Rouge coco.
Le vert grisé dans le ton des ailes.

Je suis là pour être moi-même,
la taille de chaque strophe,
dans chacun de ma vie
coeur,
la taille de chaque instant
et non pas ma taille
corps.

• FBN © 1977 - Le monde de la  Ma Maison - Catégorie: poésie. Auteur : Welington Almeida Pinto
Ilustr. Youtub - Link: http://versoslivres.blogspot.com.br/2010/07/o-mundo-da-minha-casa_14.html
 

PÁSSARO AZUL

*
Welington Almeida Pinto

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Voar Pássaro Azul - Tchaikovski - Solo Lais Nani



SERIA tão bom possuir
um pássaro que fosse
o pássaro para sair de
meus versos e
cantar ao pé de seus olhos
a canção verde
que brota em cada rima
de minha saudade.


Seria melhor ainda se o pássaro
fosse azul. Assim poderia mostrar que
ando bem próximo de ser
feliz.

* FBN© 1968 - Pássaro Azul - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto.

SEMPRE TE VI. SEMPRE TE AMEI.

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 Welington Almeida Pinto


sempre te amei -




Oh, linda e formosa mulher,
aí distante em sitio alheio,
o que andas a pensar
nesse dia de sol tímido?




Amada ausente,
por ti elevo desejos intensos.
Crio festas. Crio danças.
Crio cantigas cheias de infância.
Bela menina de adulta alma,
Não digas nada.
Em nada dizer
basta o amor querer.


Ainda que distante,
Perto fico de ti.



• FBN© 2007 * Sempre te vi. Sempre te amei. - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto



TOUJOURS, L’AMOUR. SEMPRE.

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Welington Almeida Pinto


Sagi Rei -YouTube




TOUJOURS, L’AMOUR. SEMPRE
                             Welington Almeida Pinto



Lábios insinuantes,
como flores do campo.
Ciosos,
como o canto de uma ave serena.
Doces,
como o mel róseo de abelha selvagem.


Ah, meu amor, como és bela!...


Em tudo,
como anjo apaixonado que tudo sonha,
voo suave dentro de ti.  

És bela!...
És vida... és linda,
eterna primavera.

* FBN© 2007 -TOUJOURS, L’AMOUR. SEMPRE - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto.

PRIERE DE L'AMOUR

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Welington Almeida Pinto



Sheila - L'amour pour seule preire 



Uma vida sem amor,
 não importa quantas outras coisas tenhamos,
é uma vida vazia e sem sentido". Leo Buscagli.

   

Meu Deus, faça com que eu ame essa mulher
com todo o amor que um homem pode ter.
Faça com que nunca desafie nossa felicidade e, se algum desacerto ocorrer, não seja um agravo à sua alma e ao seu corpo. Faça com eu seja um amante humilde, entrelaçado em êxtase aos braços dela, nutrindo e embalando a presença de nós dois.


Oh Senhor, que meu amor seja pleno de tudo!...


Ainda pulsa em mim o sentimento puro de infância
de pequenos absurdos, pequenas contradições.
Em mim ainda é forte a capacidade
de rir à toa, do nada.


Deus, ó Deus, dê-me a força de viver trezentos sessenta e cinco dias e noites, todos cheios de sua presença abençoando o meu amor pela mulher que habita meu coração.


Ainda resta em mim a voz intima pedindo graça por tudo. Amem.


• FBN© 2007 *Oração. - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto




Manuel Bandeira


Anunciaram que você morreu
Meus olhos, meus ouvido testemunharam:
A alma profunda não, não.
Por isso não sinto agora a sua falta.
Sei bem que ela virá
(pela força persuasiva do tempo).
Virá súbito um dia,
Inadvertida para os demais.
Por exemplo, assim:
À mesa conversarão de uma coisa e outra
Uma palavra lançada à toa
Baterá na franja dos lutos de sangue.
Alguém perguntará m que estou pensando,
Sorrirei sem dizer que em você
Profundamente.
Mas agora não sinto a sua falta.
(É sempre assim quando o ausente
Partiu sem se despedir:
Você não se despediu).
Você não morreu: ausentou-se.
Direi: faz tempo que ele não escreve.
Irei a São Paulo: você não virá ao meu hotel.
Imaginarei: está na chacrinha de São Roque.
Saberei que não você ausentou-se. Para outra vida?
A vida é uma só. A sua continua.
Na vida que você viveu.
Por iss não sinto agora a sua falta.



* BOM JOUR, L’AMOUR

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"Passamos a amar não quando encontramos uma pessoa perfeita, mas quando aprendemos a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita". Sam Keen

Welington Almeida Pinto

Nessa manhã clara de outono, deixe que eu afague suas faces rosadas
até que acorde completamente. E, com a ternura dos seus lábios, me beija com o calor insinuante de sua boca.

Deixe que eu sinta suas mãos, tão mansas para com tudo que existe,
tateando meu corpo antes de ter.

Ó bela mulher, deixe que o sol toque
nossos corpos, até que, nessa intimidade com o silêncio, o
essencial prazer amadureça entre duas almas enamoradas.

Amo você. Amo.

• FBN© 2007 * Bom jour, l'amour - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto

* A BUSCA

.

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• FBN© 1980 - A BUSCA. - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto
Por do Sol pelo Mundo - Márcio Lopes


BUSCA


ENTRE UMA coisa e ela
Mesma, há um espaço lírico, uma
Inexplicável sensação que domina
O universo de meus
Sonhos interiores.

Existe qualquer coisa
Que me ignora e eu
A ignoro também.

É como se da palavra
Ao pensamento existisse
Uma estrada onde nem sempre
Transporto o que sinto
Ou penso.

Assim escrevo
Porque escrevo, como pássaro
Que canta
Porque canta.

* TOQUE DE MÃE

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"Nenhum coração sofre quando parte em busca de seus sonhos". Paulo Coelho

Welinton Almeida Pinto

Os dois polegares
aconchegando o porta-retrato, carinhosamente...

Meus ouvidos, meus olhos viram
a alma também mergulhada numa dolorida saudade,
angústia da ausência que os humanos sofrem
nessa terra triste.

Não é o fim, mãe, é o encantamento da vida em outra dimensão. Lá no alto, Polly, tão firme e tão esplendida, é a estrela que mais brilha no reino dos divos.
Encanta, inspira
e nos faz tecer planos.

Eu te afago, querida. As lágrimas que
enxugo de teus olhos,
no íntimo, agora também são minhas.


Para Vanda Mourão – 05/05/2007

• FBN© 2007 * Toque de Mãe - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto

* Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade que esperas, ergue os olhos para a face risonha da vida que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.

(Pelo espírito MEIMEI - Psicografia de Francisco C. Xavier)

* Minha linda, J'taime toujours.


"Amar é sair de mim e ir ao encontro do outro para fazê-lo feliz. O amor é a comunhão, não é a reprodução". Victor Feytor Pinto


* Nesses dias luminosos de junho, pouco mais de dois meses depois do dia em que trocamos os primeiros olhares e os passos numa dança animada no salão de festas do Clube Makenzie, queria muito dizer que a luz que nos favoreceu um encontro tão belo veio nos brindar com tantos encontros e muito júbilo numa descoberta afetiva - o amor é mesmo o encontro com o inesperado; o espontâneo que desvirgina e introduz a surpresa.

Você é luz no sentido amplo, que revela a alma num sorriso manso e formoso. Só isso explica como consegue amenizar as dores de suas feridas, remetendo para cima todos os sofrimentos em sua carne, provocados pela perda da filha amada e por inconseqüentes laços matrimoniais. Só isso pode compreender alguns *erros de percurso ou, como pensa você, de uma ansiedade neurótica, nessa minha inaugural paixão - sorrir na adversidade é um privilégio dos fortes, não é mesmo?

Além disso, oh talentosa jóia rosada, mande, em cachos floridos, amores e alegrias para sorvermos tudo com o inexprimível prazer, que eu lhe retribuirei os afetos com o mais sublime do carinho humano - ando com o sorriso na carne. Na pele e na alma.

Oh, linda mulher!... A intensidade do seu brilho já desenha mais vida na maravilha do seu corpo e da sua alma, onde a natureza exagerou em beleza e sensibilidade.

Bendita seja, querida Chapinha!... deixe que meus lábios mordam o macio do seu desejo, sempre.

“Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos,
E os seus braços o meu ninho,
No silêncio de depois,
E você tem que ser a estrela derradeira,
Minha amiga e companheira,
No infinito de nós dois
O amor é vida”
Não mata a quem anda
Perdidamente enamorado.

Em sua homenagem, essas palavras foram escritas pela alma, porque a vida só é legal quando aprendemos a lidar com a gente mesmo. O melhor de mim. Welington


* O erro - dizia o filósofo Hegel - é um momento necessário no caminho da verdade. Quem não erra está deixando de aprender coisas que só poderia aprender errando.

* O VOO DO PÁSSARO DOURADO

.*

Internet


Como é doce
sentir seus olhos abertos sobre os meus,
ver o silencio deste olhar, castanho, que
desafia o mistério de
meu corpo
e devora minha carne.

Como é doce percorrer
alisando seus loiros cabelos e
perceber o calor de seus lábios,
quase rubros.

Como é doce abraçar
seu rosto
e se perder de amor em cada gesto de
seu corpo.

Como é doce saber
que você surgiu na canção de
meu poema.



• FBN© 2007 * O vôo do pássaro dourado - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto

* PLENILÚNIO

*

Perfil Feminino


Técnica mista: foto/aquarela sobre papel cançon,  de Welington A Pinto

*

Oh! L’amor d’une femme!... amour que nue n’oublie

... Victor Hugo 

Ah, que alegria!...
Um anjo em liberdade.
Tão belo tão doce!...

E, ao leve, brilha no azul de uma noite de lua prateada de abril.

É ela, imagino.
Imagino.
Ó, linda mulher, és tu?

Quero colher a flor de teu sorriso
Quero florescer no intenso de teus olhos
Quero mergulhar no uniVerso encantado dentro de ti


Venha,
Tranquila e silenciosa a noite convida
Venha. Vamos dançar.

Venha,
Tenho fome sem fim
de vida. Vamos dançar.

Dentro de mim o mundo respira.
 • FBN© 2007 * Prenilúnio - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto – Antologia poética on-line: http://versoslivres.blogspot.com.br/2010/07/plenilunio.html




Versão em Francês:

´
PRENILÚNIO

Oh, quelle joie!...
Un ange dans la liberté.
So nice si doux!...
Et, à la lumière, s'allume en bleu argent lune nuit d'avril.
Est elle, j'imagine.
J'Imagine.
Oh, pretty woman, vous êtes ?
Je veux ramasser la fleur de votre sourire
Je s'épanouissent dans les yeux intenses
Je veux plonger dans l'univers de charmed à l'intérieur de vous
Allez
Nuit tranquille et silencieuse invite
Venir. Let's Dance.

Allez
J'ai faim sans fin
de la vie. Let's Dance.

À l'intérieur de moi le monde respire.


• © FBN 2007 - Prenilúnio - catégorie : poésie. Auteur : Welington Almeida Pinto – anthologie poétique en ligne: http: versoslivres. blogspot.com. br201007plenilunio.html

* BUSCA


Welington Almeida Pinto


ENTRE UMA coisa e ela
Mesma, há um espaço lírico, uma
Inexplicável sensação que domina
O universo de meus
Sonhos interiores.

Existe qualquer coisa
Que me ignora e eu
A ignoro também.

É como se da palavra
Ao pensamento existisse
Uma estrada onde nem sempre
Transporto o que sinto
Ou penso.

Assim escrevo
Porque escrevo, como pássaro
Que canta
Porque canta.

* O SOL

*
Welington Almeida Pinto



QUANDO o sol
bate na minha janela, eu
sinto que só o sol bate na minha janela,
o sol é uma realidade espontânea
que me atrai e me compreende
da cabeça aos pés.

E não
há nada mais simples.

Eu curto o sol
e que me importa a distância
entre mim e ele,
eu estou do lado de cá
e do lado de lá
não há nada que me interesse.

O sol em minha janela
me faz mais humano,
por dentro e por fora. É o imediato instante
em que ele é
e eu sou.

* O MUNDO DA MINHA CASA/Le Monde de ma Maison

.

YouTube


Por do Sol em Belo Horizonte



O MUNDO DA MINHA CASA
.
                                                                                                     Welington Almeida Pinto





Da minha casa
eu vejo o mundo, imenso e grande,
maior do que tudo que vejo no
espaço.

Na minha casa
existe outro universo, onde nada é pequeno,
tudo brilha
entre a fantasia e o sentimento.

Lá canta um pássaro de canto sensível,
alegre e doce,
Amarelo.

Lá estou a ser eu,
na dimensão de cada verso,
em cada vida de meu
coração,
do tamanho de cada instante
e não do tamanho do meu
corpo.

• FBN© 1977 *O Mundo da Minha Casa - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto

Versão em Francês:

Le Monde de ma Maison

Ma maison
Je vois le monde, enorme et grand,
plus grande que tout ce que nous voyons dans
de l'espace.

Dans ma maison
il ya un autre univers, où rien n'est petit,
tout brille
entre la fantaisie et de sentiment.

Il chante une sensible chant des oiseaux,
joyeux et doux,
Jaune.

Ici, je suis d'être,
la taille de chaque verset,
dans chaque partie de ma vie
cœur,
la taille de chaque instant
et non la taille de mon
corps.



• FBN© 1977 * Le Monde de ma Maison - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto

* RENASCIMENTO

.

"A noite abre as flores em segredo, e deixa que o dia receba os agradecimentos" - Tagore


Welington Almeida Pinto



VÊNUS, minhas mãos já estão soltas
neste instante de livre ser. Meus olhos
se agitam na tua boca
pelo todo calor que haja no
teu peito.

Meus pés trilham no espaço
o caminho que meu sonho
insiste existir
e minha alma repousa no destino de
teu sorriso.

Quero descobrir
o que não sei e percebo ter,
quero sentir o que ainda não fui
e tenho forte dentro de
meus sonhos.

Inteiro e livre,
abro-me ao desafio de teu corpo,
na procura do que somos.

* BUENOS AIRES

.


Welington Almeida Pinto


Un extranjero
ya la conoce
pisa su asfalto y devora sus
subterráneos

Y
revientanme los ojos en
sus monumentos
cargados de historia
mira el cielo
y los edificios se confunden
las torres y los luminosos
las palomas y el deseo de volar

Tomo su barco
y me lleva a pasear
en un pedazo de Europa

Tomo su noche y
sueño la poesia humana
que desfila por “Lavalle”

Tomo sus galerias
y el arte me grita profundamente sus versos
jóvenes y bastantes libres

Tomo de cerca su tango me balanceo con el cuerpo
en la canción como si fuese un hijo
cubierto de amor e cariño

Y
me siento en casa
La cordialidad del músico me pone em casa
Arráncome la palabra “extranjero”
y
en el lugar
ofréceme la escarapela de un porteño

Y
transforma se en una canción de mi tierra
tan dulce
tan original
el brazil cantado con el mismo calor que se canta un tango

gracias gracias Buenos Aires.

* Tradução literal de Rodolfo Imeroni – Buenos Aires/Argentina - 1971

* EU

.
Welington Almeida Pinto


Bem que poderia sorrir seu sorriso,
cantar a canção que você pede, caminhar seus passos,
amortecer meu corpo nos seus braços,
beijar seu ventre
e dizer: sou feliz.

Eu bem que poderia.
Mas. Bem mais do que tudo, preciso aprender
uma palavra a mais no meu poema; preciso pedir a
Deus
que me ensine a perdoar.

* NADA É PERFEITO

.
Welington Almeida Pinto


POR QUE nada é
perfeito? Nada é
como eu penso ou quero. Tudo passa. De tudo,
pouco fica. Passam os sonhos. Passa a alegria,
a fé,
passo eu.

E vão indo todas essas coisas
passando por mim,
numa inconsciência real. Tudo disperso e sem rumo
a derramar no meu coração
imagens desconhecidas. Sem nada ter
comigo.

Por que nada é
perfeito? E a vida é tão
breve.

* DE COMO TER UMA ESTRELA NO AZUL DO CÉU E OUVIR O PÁSSARO AZUL DE PREVÉRT

.
Welington Almeida Pinto


Isto é mais para quem já tem
uma árvore plantada e espera pelo pássaro. Não se incomoda
com a velocidade ou a
lentidão de sua chegada.

O pássaro chega com as primeiras
Flores.

Quando ele chegar, alerte seu coração para ouvir seu canto. Quanto mais alto, maior sua estrela. É assim: ela vem do canto do pássaro, brota da sombra de seu corpo e penetra para sempre por todas as artérias de sua alma.

Ai, sim. Você vai conhecer a pessoa mais importante do
mundo: você. Solta em liberdade pelo mundo

* ESPERANÇA

.
Welington Almeida Pinto


Hoje, eu
vim para ficar. Quero
debruçar meus dias em cada
manhã de seus passos. Quero
me transformar em rimas e
penetrar nos seus lábios,
como quem busca versos e beijos. Quero
olhar seus olhos e no
seu abraço, quero
quase morrer de amor.

Hoje, quero a mão que
você promete, o poema inédito que você fez, quero
a paz que não tenho,

eu vim para ficar.

VENHA

.
Welington Almeida Pinto
A neve e as tempestades matam as flores, mas nada podem contra as sementes. Kalil Gibran


 
VENHA

 
Solte seu corpo
sobre minha
alma, esparrame seus olhos sobre
meus braços e abrace
a fome de amor que anda livre
dentro de mim.


Venha nua, despida
de tudo que é mortal. Salte-se
do manto escuro da incerteza e
dobre-se toda ao calor inédito de
meus lábios.


Venha sem trajar
os trapos da insegurança, sem balbuciar as palavras obscuras
da inconsciência.


Venha você. Quero colorir
seus cabelos com a cor justa
do amor e pintar no seu rosto
o tom forte da verdade única.


E se de tudo nada
pode, não venha.

* FBN© 1970 * VENHA - Categoria: poesia. Autor: Welington Almeida Pinto.

* EU PROFUNDO

.
Welington Almeida Pinto


NEM SEMPRE estou como sou.
Mudo. Mas não muito – a cor das flores
não é a mesma quando entra a noite.

Se, em algum momento,
pareço não concordar comigo,
olhem bem dentro de meus
olhos, estarei a saber do céu e da terra,
mergulhado nos sentimentos que existem neles.


Busco alma nas pedras.
E nas flores.

* CIDADE MOLHADA

.
Welington Almeida Pinto


A CIDADE molhada
é como se eu também estivesse molhado,
por dentro e por fora.

Uma nuvem escura
sobe no esplendor
de minha angústia
e percebo que estou todo
a não ver.

Sinto a água pelos meus pés
e um frio entre o agora e esta hora
a tomar o ser vivo que tenho.

Na frente da chuva sou a evidência da desinibida solidão
que ronda
diariamente meus dias.

* CHANINA

Welington Almeida Pinto


NESTA tela
azul e verde com o fundo do circo de
Chanina,
me fez o artista em tom de menino,
anjo azul e verde,
que acredita em Deus
como sentido íntimo do universo.

Este quadro é a outra metade de mim,
a que conheço. E não sou

* MEUS VERSOS

.
Welington Almeida Pinto

Eu escrevo
Com meu corpo
Tudo que sei e tudo que não sei. De
Todos os sentimentos,
Dentro de mim,
O que mais curto é a liberdade.

Liberdade que dá destino aos meus versos,
Que partem para além de mim.

* ARAXÁ

.
Welington Almeida Pinto


AS HORAS aqui são lentas.
Passam devagar ao capricho de meus dias.
A natureza insiste em ser bela e o céu persiste
em chuva.
O sol quase não está e quando está é fraco, rápido
e sem querer ser.

Não estou dentro de mim, fugi
do meu corpo e nesta distância invisível
parto numa viagem alheia. Olhos cheios de ânsias, existindo
onde encontro a paisagem verde, neste universo azul de
Araxá.

* O ENCANTO

.
Welington Almeida Pinto


QUERO sumir
sem conseqüência,
caminhar para a morte
como quem se apronta para uma festa no
pôr do sol.

* INIMÁ

.
Welington Almeida Pinto


ESSE gato
a dormir sempre
na tela de Inimá,
é o gato da cabeceira de
minha cama.

Adoro o ritmo de seu
Sono. Anônimo e único. Dorme à sombra de si mesmo,
sem muito pensar ou
existir.

Seu vulto é feito de azul,
azul escuro da noite
e isso basta.

Pudesse
eu ser este gato, ter
sua eterna e alegre
inconsciência!...

Pesa tanto ser e estar vivo,
tudo é tão invisível e
desconhecido,

Só o sono é conhecido.

* BREVE A VIDA

.
Welington Almeida Pinto


POR QUE nada
é perfeito? Nada é como eu penso ou quero,
tudo passa e de tudo pouco fica.

Passam os sonhos,
passa a alegria,
a fé, passo eu

Vão indo
todas essas coisas passando
por mim numa inconsciência real,
tudo disperso e sem rumo,
a derramar no meu coração
imagens desconhecidas
sem nada
a ter comigo.

Por que nada é perfeito e a vida tão breve?

* ELE

.
Welington Almeida Pinto


Nem sempre estou fisicamente
comigo, escapo ao dever sagrado da unidade física
e reúno todos os instantes de meus versos,
escrevo em prosa
os sentimentos de cada um.

Então posso compreender
o sentido universal da vida.

Nem sempre estou fisicamente
com Deus, às vezes é necessário
ter com corpo o estado natural de
ser.

* JOGO

.
Welington Almeida Pinto


Faço da fantasia
um sonho, faço
do sonho uma realidade de
pura e real fantasia.

Gosto de tudo no seu todo
e o todo no meu corpo
numa sensação verdadeira. Assim, levo ao meu sonho
um novo sonho,
eu próprio no meu sono.

* ANJO

.
Welington Almeida Pinto

VIVE dentro de mim
um escravo, humilde e raro,
que guarda meu sono
e compreende meu corpo,
que fala comigo quando estou só
e, ao meu cansaço,
estende os braços
e me acomoda inteiro.

Ele é forte e humano,
me respeita com incrível
e ora por mim cada manhã
que desperto como quem ainda dorme,

Depois, num lance divino,
mostra-me que no mundo
eu sou o personagem principal
pelas ruas de meus sonhos.

* O Autor e sua obra



                                                                              *
 Welington Almeida Pinto
 
 

Mineiro de São Roque. Apaixona-se desde cedo por livros, pela poesia, por personagens históricos e literários. Em 1971, conclui seus estudos em Passos, Minas, e transfere-se para Belo Horizonte, empregando-se no departamento contábil de uma empresa imobiliária, sem abandonar o gosto pela leitura dos grandes clássicos da literatura universal e a prática de Escritor e Jornalista.

 

Entusiasmado com o movimento cultural da Capital frequenta as reuniões da Academia Mineira de Letras e outras instituições culturais. Estimulado pela criação literária visita cidades da Europa e das Américas. De 1972 a 1976, Estuda no Centro de Pesquisas de Artes Plásticas da ACM, especializa-se em Publicidade e funda sua Agência.

 

No Teatro, produz ‘A Cela’, de sua autoria. Depois adapta e monta ‘Flicts’, de Ziraldo, como peça adulta, ambas dirigidas por Luciano Luppi. Participa da equipe de produção do espetáculo ‘A Noite dos Assassinos’, de José Triana, dirigida por Paulo Cesar Bicalho. Adapta ‘O Pequeno Príncipe’, de Antoine Saint-Exupery, para teatro infanto-juvenil, com trilha sonora de Fernando Boca e direção de Noema Tedesco. Publica Aula-Viva, com 6 scripts temáticos da História do Brasil para aplicação em Sala de Aula.

Eleito para o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, associa-se também à UBE – União Brasileira dos Escritores/São Paulo,SP, à ABRALE-Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos/São Paulo,SP e à AEI-LEJ - Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil/Rio de Janeiro.

 

Publicou contos infantis no Gurilândia, do jornal ‘Estado de Minas’, Belo Horizonte, ‘Zero Hora Infantil’, Porto Alegre e ‘Gazetinha’, do Gazeta do Paraná, Curitiba.

 

Livros Publicados

 

Literatura infantil - Coleção Infantil Vitória Régia/Edita, 1997: ‘A Águia e o Coelho’ – ‘Clin-Clin, o Beija-Flor Mágico’ – ‘Tuffi, o Elefante Equilibrista’ – ‘Seu Coelhino, em Viagem ao Sol’ – ‘O Gato do Mato e o Preá’ e ‘A Caçada’ e ‘O Ataque do Furadentes’.

 

Literatura Infanto/Juvenil/Edições Brasileiras/1998: ‘Malta, o Peixinho Voador no São Chico’ – ‘Santos-Dumont, no Coração da Humanidade’ – ‘A Saga do Pau-Brasil’.

 

Literatura Adulta/Helbra/1969: ‘A Cela’ - Antologia Poética/2008 – ‘O Voo do Pássaro Dourado’.

 

Toponímia/Edita, 1987: ‘Dicionário Geográfico e Histórico do Estado de Minas Gerais’ – Edita, 1986 – ‘Dicionário Geográfico e Histórico do Estado de São Paulo’

 

Legislação Brasileira/Edições Brasileiras/1993: ‘Condomínio e suas Lei’s – ‘Licitações e Contratações Administrativas’ – ‘A Empregada Doméstica e suas Leis’ – ‘Lei do Inquilinato’ – ‘Assédio Sexual no Local de Trabalho’.

 

Dramaturgia/Edita/1978.: ‘A Cela’ – peça adulta, adaptação do livro do mesmo nome – ‘Flicts ‘- adaptação do livro “Flicts”, de Ziraldo – ‘Pequeno Príncipe’ - adaptação do livro “O Pequeno Príncipe”, de Saint Exupéry – ‘História do Brasil, em Aula Viva’ - adaptação de temas históricos para teatro, aplicados em sala de aula -

 

 

Homes na internet: welingtonpinto.blogspot.com – vários livros disponíveis rentabilizados pelo sistema Google Ad Sense. E-mail: welingtonapinto@gmail.com ; welingtonapinto@yahoo.com.br -

 

 

O AUTOR POR ELE MESMO:

 

Quando cheguei ao mundo, no ano de 1949, a 18 de março, a cegonha trouxe junto um anjo. E deixou um recado com a parteira: ... ele vai precisar, sempre. Ao tomar meu primeiro banho, soltei um grito e quase caí das mãos de minha bisavó. Creio que foi um grito e um gesto de alegria, aplaudindo a vida.

 

Aos dez, onze anos descobri a leitura através das obras de Vicente Guimarães ( Vovô Felício), Monteiro Lobato e outros. A partir daí comecei a construir meu universo de palavras, letra a letra, pondo em ordem aquele emaranhado de ideias que fervilhavam em minha cabeça.

 
           Nos anos 1960, apaixonado pela cultura, mudei-me para Belo Horizonte, onde imaginava cursar gratuitamente uma boa universidade. Logo percebi que isso era privilégio para poucos.

 

Autodidata, mergulhei cedo na literatura e no jornalismo, e depois na publicidade, quando iniciei a publicar meus livros. Meu anjo!?... Nem torto nem reto me ensinou a sorver a vida como quem saboreia uma poesia, mesmo que, às vezes, concreta demais.

 

* Encontro na Literatura o compromisso de uma obrigação que há anos venho lutando para cumprir. Welington